Sense8 é uma série escrita e produzida pelas irmãs Wachowski e J. Michael Straczynski para a Netflix. As oito personagens principais têm uma conexão muito especial, que faz com que possam compartilhar sentimentos, habilidades, emoções e vivências. É como se suas almas habitassem os oito corpos ao mesmo tempo. Detalhe: elas moram em países diferentes, em continentes diferentes e, quando a série tem início, sequer haviam se visto pessoalmente.
No desenrolar dos dramas individuais, as personagens vão tomando consciência umas das outras, passam a se relacionar, descobrir e ajudar mutuamente. A distância geográfica deixa de existir, e tem início uma série de fantásticas viagens por destinos, sensações e realidades até então desconhecidos. Sense8 desvenda o que de mais especial e valioso existe no ato de viajar: praticar a empatia. Na série, é literalmente possível uma viagem ao lugar do outro, ao seu íntimo e à sua posição no mundo. Em nossas viagens no mundo real, o compromisso com a empatia torna qualquer distanciamento de nosso ponto de origem um aprendizado incrível. O exercício de se colocar no lugar do outro pode ajudar a conhecer o que há bem no fundo de nós mesmos.
Para além de toda essa “viagem” filosófica, a primeira temporada de Sense8 também proporciona um passeio por cidades nos cinco continentes. As cenas foram gravadas em locais reais, muitas vezes em meio a eventos reais, e a equipe toda viajou para os Estados Unidos, México, Reino Unido, Islândia, Alemanha, Quênia, Índia e Coréia do Sul. A trama é inovadora, os personagens são extremamente cativantes e a ação é intensa. Ainda assim, vale prestar bastante atenção à vida real que acontece no plano de fundo. Algumas locações de Sense8 podem ser boas dicas de passeio para uma próxima viagem!
Chicago – Crown Fountain no Millennium Park
O Millennium Park é um espaço cultural que reúne arte, música, arquitetura e paisagismo em uma área central da cidade de Chicago. A Crown Fountain é uma criação do artista espanhol Jaume Plensa. A fonte interativa consiste em duas torres de vidro de 15 metros de altura posicionadas nas extremidades de um espelho d’agua de fundo preto. Imagens dos rostos de mil residentes de Chicago são projetadas nas torres de maneira que o chafariz de água pareça estar saindo de suas bocas. Os painéis de LED funcionam o ano todo, mas os jatos de água são desligados durante o inverno.
Chicago – Chicago Cultural Center
O magnífico edifício do Chicago Cultural Center foi construído em 1897 para abrigar a biblioteca pública da cidade. Projetado para impressionar e para firmar Chicago como uma metrópole sofisticada, recebeu atenção dos principais arquitetos e artesãos da época, fazendo uso dos materiais mais raros e requintados. Merecem destaque as duas belíssimas cúpulas em vitrais que coroam as alas sul e norte do complexo. Quase cem anos depois, foi convertido no primeiro centro cultural municipal público dos Estados Unidos. A cada ano, o Chicago Cultural Center oferece mais de mil atividades gratuitas como exposições de arte, fotografia e artesanias, mostras de arquitetura e design, recitais, lançamentos de livros, concertos e outros.
Reykjavik – Halsanefshellir Cavern
Na costa sul da Islândia, aproximadamente 180km de Reykjavik, uma praia com areia escura, mar revolto e nome complicado: Reynisfjara. A praia tem acesso fácil pela estrada, contando inclusive com estacionamento. Só é preciso tomar muito cuidado com o tempo, evitando as fortes rajadas de vento e a fúria das ondas. A caverna Halsanefshellir é formada por rocha basáltica, esculpida em colunas e com detalhes intrincados pela própria natureza. Em épocas de maré baixa, é possível caminhar no interior da caverna e escalar algumas das formações rochosas. A região é recomendada aos fãs de avistamento de pássaros pela presença de araus, mergulhões e do fofíssimo papagaio-do-mar.
Londres – Millennium Bridge
Como o nome sugere, a Millennium Bridge foi inaugurada no ano 2000, pela própria Rainha, para as comemorações do Milênio. No entanto, alguns problemas estruturais fizeram com que fosse fechada em poucos dias, e assim permaneceu por quase dois anos. O projeto recebeu muitas críticas da comunidade britânica, desde questionamentos a respeito dos valores investidos até suspeitas sobre a adequação de seu design futurista à paisagem do Tâmisa. Após a reabertura, a ponte exclusiva para pedestres acabou conquistando londrinos e turistas. A Millennium Bridge liga o distrito de Bankside, onde estão a Tate Modern e o Globe Theatre, à City of London, na altura da St Paul’s Cathedral.
Londres – Primrose Hill no Regent’s Park
Batizado em homenagem ao Príncipe Regente, que viria a se tornar o Rei George IV, o Regent’s Park fazia parte de um grandioso projeto do arquiteto John Nash. A idéia era criar uma rota real, que conduzisse o príncipe de seu palácio em Pall Mall, através do Picadilly Circus e da elegante Regent Street, até o Regent’s Park. Tornou-se o mais movimentado dos parques reais, reunindo diversas atividades ao ar livre e abrigando um zoológico, um teatro, um jardim de rosas, um lago com barcos para aluguel, quadras de esportes e playgrounds infantis. Primrose Hill fica na parte norte do parque. Do alto de seus 65 metros, oferece uma das vistas panorâmicas mais bonitas da cidade de Londres.
Nairóbi – Vida Selvagem
O Quênia nunca foi um destino turístico óbvio, mas mesmo os viajantes interessados em safáris de vida selvagem, acampamentos e reservas naturais estão receosos em visitar o país. Ataques terroristas de grupos vindos principalmente da Somália estão apavorando a população local e espantando os turistas. Muitos parques e praias do Quênia merecem uma visita, mas um lugar perto de Nairóbi faz com que a torcida para o rápido restabelecimento da ordem no país seja ainda mais forte. O Giraffe Centre existe com o propósito de preservar as ameaçadas girafas Rothschild e promover a educação ambiental da juventude queniana. A reserva está aberta ao público todos os dias. É possível observar e alimentar as girafas, além de aproveitar as trilhas e a casa de chás. Para aqueles que desejarem uma experiência ainda mais exclusiva, há a opção de hospedagem no Giraffe Manor, um pequeno hotel boutique que oferece café da manhã na companhia das girafas. Que honra!
Seul – Cheonggyecheon River Walkway
O rio Cheonggyecheon corta a região central de Seul. Durante muito tempo, esteve severamente poluído e causava inundações com certa frequência. Em 1960, na tentativa de resolver o problema, o rio foi inteiramente coberto para a construção de uma via expressa elevada. Em poucas décadas, o que parecia ser a solução acabou gerando novas e graves questões: foram identificados danos críticos na estrutura, o volume de tráfego e os congestionamentos eram preocupantes, a qualidade do ar estava comprometida e acabaram extintos os espaços públicos de lazer e as áreas verdes no entorno. Entre os anos de 2003 e 2005, um enorme projeto de renovação urbana encarou o desafio de trazer o rio de volta à vida, criando um espaço em que as pessoas e a natureza pudessem novamente interagir. As margens do rio viraram um grande parque, com muita vegetação, pistas de corrida, ciclovias e espaços para atividades culturais. O Cheonggyecheon Museum conta a história do rio e de sua restauração, com a ajuda de maquetes e exposições fotográficas.
Seul – City Wall no Monte Namsan
A muralha de Seul foi construída pelo rei Taejo em 1396 para proteger o perímetro da cidade de possíveis invasores. A estrutura original em pedra, madeira e barro possuía quase 19km de extensão e altura variável entre 6 e 8 metros. A muralha percorria os picos das montanhas que circundam Seul: Monte Bugaksan, Monte Naksan, Monte Namsan e Monte Inwangsan. Oito portões permitiam a entrada na cidade, os Quatro Grandes Portões seguiam a orientação dos pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste) e os Quatro Pequenos Portões estavam baseados nos pontos colaterais (Noroeste, Nordeste, Sudoeste, Sudeste). Com o passar dos anos e o crescimento da cidade, a muralha passou por inúmeras reformas e restaurações. Hoje, restam 12km de muralha e seis de seus portões. O passeio pela muralha revela lindas paisagens, momentos de caminhada leve e alguns pontos de acesso um pouco mais difícil. O trecho sobre o Monte Namsan é o mais acessível e também o mais bem preservado.
Cidade do México – Museo Anahuacalli
O Museo Anahuacalli foi concebido pelo muralista Diego Rivera para abrigar a sua coleção de arte pré-colombiana. Seu desejo era presentear o povo mexicano com um espaço de celebração da riqueza cultural e da criatividade artística do período pré-hispânico. Com a morte do artista, a conclusão da obra ficou por conta de sua filha Ruth Rivera e do arquiteto Juan O’Gorman. Para além do acervo, o próprio edifício do museu, em formato de pirâmide mexicana e feito de pedra vulcânica negra, é uma homenagem aos saberes e às crenças das comunidades tradicionais do México. Todas as salas foram projetadas por Rivera para contar um pouco da história antiga do país e estão repletas de simbolismos. O Museu Anahuacalli foi inaugurado em 1964.
Cidade do México – Terraza Gran Hotel
O restaurante Terraza, no quinto andar do Gran Hotel Ciudad de México, pode ser o destino mais famoso e luxuoso para quem busca uma refeição com vista para o Zócalo. Mas não é o único. Quase todos os edifícios da quadra abrigam restaurantes e bares panorâmicos em seus terraços, com ampla variação de preços e menu. A atração principal é sempre a mesma: comer admirando a beleza e o movimento do coração da Cidade do México. O Zócalo, ou Plaza de la Constitución, é uma das maiores praças públicas do mundo. Há uma enorme bandeira mexicana hasteada em seu centro. Ao seu redor, estão a Catedral Metropolitana, o Palácio Nacional, prédios públicos, restaurantes, lojas, hotéis e as ruínas do grandioso Templo Mayor asteca.
Mumbai – Babulnath Temple
Com aproximadamente 200 anos, o templo de Babulnath é um dos mais antigos em Mumbai. Dedicado à adoração de Lord Shiva, é um local de paz e meditação em meio ao agito da cidade. Os pilares e tetos esculpidos em mármore e calcário apresentam passagens da mitologia Hindu e são destaques da rica arquitetura. Os fiéis sobem as escadarias do templo em busca das bençãos de Shiva, mas também é possível tomar um elevador até o topo. O templo está aberto todos os dias, mas na segunda-feira, considerado o dia de Shiva, o horário é ampliado e a frequência aumenta consideravelmente.
Berlim – Jacob und Wilhelm Grimm Zentrum na Humboldt University
O Jacob und Wilhelm Grimm Zentrum é a biblioteca da Humboldt University em Berlim. O edifício foi criado pelo escritório Max Dudler Architects em 2009 para abrigar o maior acervo público da Alemanha. A fachada em mármore remete à maneira como os livros são dispostos nas prateleiras. O interior recebe muita luz natural, proveniente das janelas estreitas e das muitas clarabóias. O salão principal para leitura tem vários níveis, como uma grande cascata. Os arquitetos criaram uma sensação de abertura e permeabilidade para a construção, permitindo aos usuários ver o exterior através das paredes.
Berlim – Stadtbad Neukölln
Stadtbad Neukölln é uma piscina pública em Berlim. Foi construída entre 1912 e 1914, com clara inspiração nas antigas termas romanas. O teto em abóbada, as clarabóias, as colunas em travertino, a piscina redonda e os mosaicos nas paredes garantem o clima de luxo e relaxamento. Sauna, spa com massagens, um jardim no terraço e uma cafeteria completam a estrutura do complexo. Na programação do espaço, estão previstas aulas de hidroginástica, horários para banhos noturnos e eventos de nudismo.
São Francisco – Clarion Alley
Clarion Alley é uma viela espremida entre as ruas Mission, Valencia, 17th e 18th, cenário das intervenções do coletivo artístico Clarion Alley Mural Project. Criado em 1992, o projeto é um esforço comunitário e sem fins lucrativos, que busca a valorização da arte de rua, a preservação dos espaços públicos e a ação contínua na luta por justiça social, econômica e ambiental. Os murais foram pintadas por artistas de diversas nacionalidades, idades e níveis de experiência, em um claro incentivo à inclusão social e à variabilidade de estilos. O coletivo alerta que as visitas guiadas oferecidas por agências de turismo não costumam fornecer informações completas sobre o projeto e seus objetivos. Quem desejar um acompanhamento para entender o que há por trás das vibrantes pinturas de Clarion Alley deve contatar o projeto diretamente pelo e-mail clarionalleymuralproject@gmail.com.
São Francisco – Palace of Fine Arts
O Palace of Fine Arts, localizado no Marina District, foi construído em 1915 para a Exposição Internacional Panama-Pacific. É uma das poucas estruturas que não foram desmontadas ao término do evento. Foi praticamente reconstruído em 1965, com materiais mais sólidos e duráveis, e passou por uma grande renovação em 2009. A ação filantrópica de uma liga de empresários possibilitou a grande reconstrução e a criação do teatro de quase mil lugares. Além de receber espetáculos e exposições artísticas, o palácio recebe a visita de turistas e moradores da cidade em busca de um local tranquilo para passear ou de um cenário espetacular para fotografias.
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