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A História da Bolsa Amarela

Eu sempre gostei muito de ler. Desde pequena, tive os livros como bons companheiros. Quando tinha por volta de uns 8 ou 9 anos, ganhei de minha mãe um exemplar de “A Bolsa Amarela” da escritora Lygia Bojunga Nunes. Tornou-se o meu livro preferido, lido e relido inúmeras vezes, a ponto de saber de cor alguns trechos dos diálogos.

O livro conta a história da Raquel, uma menina que tem três grandes vontades: a vontade de crescer de uma vez e deixar de ser criança, a de ter nascido garoto e a vontade de escrever. Como ela diz, são vontades que “vão crescendo e engordando toda a vida”. Para esconder essas vontades, e mais alguns personagens fantásticos e amigos imaginários, ela usa uma velha bolsa amarela que herdou da Tia Brunilda.

Naquela época, a minha vontade que mais crescia e que não parava de engordar de jeito nenhum era a vontade de viajar. Meus pais eram muito caseiros, não curtiam ficar muito tempo longe de casa. Então, como a Raquel, eu queria crescer logo. Só assim poderia sair e ver o mundo. E foi o que aconteceu! Lá se vão mais de 20 anos desde que embarquei sozinha pela primeira vez em busca do desconhecido. E viajar tornou-se um objetivo na vida, uma vontade que não passa nunca, que segue engordando e crescendo mesmo que alimentada tantas vezes quanto possível.

Faz alguns anos, tenho uma companheira de viagens inseparável. É uma bolsa amarela que, como a bolsa da Raquel, vai ficando maior ou menor dependendo dos desejos e das histórias que preciso carregar. Foi presente de uma de minhas melhores amigas, que não fazia ideia da relação com o livro da Lygia Bojunga Nunes, mas que achou a bolsa muito prática para quem viaja muito. Acertou em cheio! A minha bolsa amarela segue carregando a minha vontade mais gorda mundo afora.

E a vontade de escrever? Bem, essa é muito mais recente. Não dá nem pra dizer que está gorda, mas está crescendo aos pouquinhos. E assim nasce esse blog. Mais uma Bolsa Amarela! Essa vai guardar memórias e emoções, e, se tudo der certo, vai também ajudar a planejar novos passeios cada vez que engordar demais a vontade de colocar o pé na estrada.

Sejam bem vindos!

A dona da Bolsa Amarela 

Renata é jornalista, casada, já tem quase 40 e viaja sempre que pode. Às vezes mais do que seria prudente, mas sempre menos do que gostaria. Orgulhava-se de fazer caber o mundo numa mochila, de driblar os imprevistos em aventuras sem roteiro e de ser capaz dos maiores malabarismos com os menores orçamentos. Agora está mais tranquila e seletiva, e encontra cada vez mais diversão em planejar, estudar, fotografar e contar sobre cada um dos destinos escolhidos.

 

Prefere o frio ao calor, as montanhas às praias e as cidades pequenas às grandes metrópoles. Busca conhecer as expressões culturais mais marcantes das culturas que visita, e tem paixão por tudo que é artesanal e feito à mão.

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